Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e sete caracteres na segunda linha (sete sílabas), podendo ter variações nas diferentes línguas com versos mais curtos ou mais longos.
Em português é escrito Haicai, no Brasil, e Haiku, em Portugal. A palavra haicai e suas variantes (haicu, haiku, haikai) derivam do japonês haikai, vocábulo composto de hai = brincadeira, gracejo e kai = harmonia, realização.
Em japonês, haikais são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto o haikai em Língua Portuguesa geralmente aparece em três linhas, em paralelo. Muitas vezes, há uma pintura a acompanhar o haicai ( chamada de haiga).
O formato tem suas raízes na renga, importante manifestação literária da cultura japonesa que remonta ao século XIII. Os versos eram escritos por vários autores, que respondiam a uma forma de “desafio elegante” entre si ao escrever.
Poemas Haikais são tão simples que podem ser escritos por crianças, mas também é o esboço de muito estudo e dedicação. Geralmente evoca em sua narrativa a exploração da vida, procurando criar uma imagem de algum pequeno momento, ligado à natureza de alguma forma. Apesar de muitos poemas expressarem um tom melancólico também podem manifestar humor e diversão.
“Haijin” é o nome que se dá aos escritores desse tipo de poema, entre os mestres do século XVII estão Basho, Buson e Issa. Dentre os muitos que se destacou nesta arte, o principal haijin (ou haicaísta) foi Matsuô Bashô (1644-1694), que se dedicou a fazer do haikai uma prática espiritual. Além de ter feito milhares de seguidores, Basho, pela sua própria vontade, abriu mão de suas atividades remuneradas como crítico e instrutor para viver em recolhimento e pobreza e exercer influência sobre o desenvolvimento posterior da arte do haikai, elevando-o a uma forma de ver e de viver o mundo.
O Haicai mais famoso de Ôshima Ryôta, descreve a curta duração da florada da cerejeira, do desabrochar até a queda das flores. Pode ser também interpretado como uma parábola da existência humana. Face à morte, o homem notará que a mais longa das vidas parecerá ter sido tão fugaz quanto às flores de cerejeira.
Haikais japoneses
Quantas memórias
me trazem à mente
Cerejeiras em flor
Um antigo lago em silêncio …
Um sapo pula na lagoa,
splash! Silêncio novamente.
Bashô
Primeira manha
Até a minha sombra
está cheia de vigor
Issa
No caminho de Shirakawa
uma rapariga vende flores
Primeiro arco-íris
Shimei
Na berma do caminho
florescia uma malva
O cavalo comeu-a
Bashô
Fonte: Caçadores de lendas
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