O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico que
surgiu no final do século XVIII na Europa, indo até o final do século XIX.
Sua
maior característica era a visão de mundo que se contrapunha ao racionalismo do
período anterior (neoclassicismo).
O
movimento romântico cultiva uma visão de mundo centrada no indivíduo, logo os
autores voltavam-se para si mesmos, retratando dramas pessoais como tragédias
de amor, ideias utópicas, desejos de escapismo e amores platônicos ou
impossíveis.
O
século XIX seria, portanto, marcado pela arte voltada para o lirismo, a
subjetividade, a emoção e a valorização do “eu”.
O Romantismo brasileiro nasce logo após a independência política do Brasil (1822), e assumiu em nossa literatura um significado secundário, de um movimento anticolonialista e “antilusitano”, de rejeição à literatura produzida na época colonial, aos modelos culturais portugueses. Por isso, a primeira geração romântica tinha a preocupação de garantir uma identidade nacional que nos separasse de Portugal, buscando no passado histórico elementos de origem nacional.
Temos três gerações de escritores românticos:
- Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
- Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Os poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.
- Terceira geração: esse período desenvolve uma poesia com caráter político e social, é formada pelo grupo condoreiro. O maior representante dessa fase é Castro Alves.
Primeira geração
Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, pois seus romances retratam índios vivendo livremente na natureza, numa representação idealizada. O índio é transformado no símbolo do homem livre e incorruptível.
Nosso Romantismo apresenta como traço essencial o nacionalismo, destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e linguística, e a crítica aos problemas nacionais.
Segunda geração
O tema que fascinou os escritores da segunda geração romântica brasileira foi a morte. Nas obras dos escritores desse período está presente uma visão negativa do mundo e da sociedade, onde expressam seu pessimismo e sentimento de inadequação à realidade, pois viviam uma vida desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias, como as de Musset e Byron.
A segunda geração, também conhecida como ultrarromantismo, encontra no Brasil discípulos fervorosos, que diante do amor apresentam uma visão dualista, envolvendo atração e medo, desejo e culpa. Em seus poemas, a imagem de perfeição feminina apresenta os traços de morte, condenando implicitamente qualquer forma de manifestação física do amor.
Terceira geração
A terceira geração é também conhecida como “O condoreirismo”, os poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo, assim, a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca. Inspirado nos princípios de Victor Hugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há, retratado em seus poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.
Enquanto isso, na
prosa romântica, iniciava-se, de fato, a produção de prosa literária no Brasil.
Neste campo, o romantismo se dividiu por tendências, sendo elas:
Romance
Urbano - ligava-se à vida social, principalmente no Rio de Janeiro, descrevendo
os tipos humanos encontrados naquela sociedade.
Romance
Regionalista (sertanejo) - demonstrava atração pelo pitoresco e tinha como
principal característica a retratação da vida no interior do Brasil, seus
hábitos, seu modo de falar, etc.
Romance
Histórico - tratou-se de uma revalorização do passado, trazendo ao romance
personagens da nossa história, retratando-os de modo nacionalista.
Romance
Indianista - por fim, porém não menos importante, há o romance indianista, que
teve como maior representante o romancista José de
Alencar, e como característica a idealização do índio, como herói
brasileiro, nobre e valente.
Já em relação aos
aspectos formais, a literatura romântica é desvinculada dos padrões do
Classicismo, caracterizando-se pelo verso livre, sem métrica e pelo verso
branco, sem rima.
Características
como o subjetivismo e o sentimentalismo não podem ser separadas da estética
romântica, pois estiveram presentes em toda ela, tanto na prosa, quanto na
poesia.
Além destas, há
outras características tipicamente românticas, como o nacionalismo, o ufanismo,
a religiosidade, a evasão, a idealização da realidade e do ser amado, o
escapismo e o culto à natureza.
Fonte: mundoeducação; infoescola
Imagens: divulgação
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