Termo que tem a função de chamar, invocar ou interpelar dentro da oração. Não possui relação sintática com outros termos da oração, não pertencendo nem ao sujeito nem ao predicado; porém, relaciona-se com a segunda pessoa do discurso. Pode ser antecedido ou não por interjeição de apelo (Ei! Olá! etc.).
Vejamos alguns exemplos:
Não diga isso dentro de uma igreja, Amanda!
Ei! Moço! Com licença, pode me dar uma informação?
Distinguindo vocativo de aposto
Como dito anteriormente, o vocativo não mantém relação sintática com os demais termos da oração, enquanto o aposto mantém essa relação. Além disso, os dois têm funções diferentes. Enquanto o vocativo serve para chamar ou interpelar um interlocutor, o aposto explica ou especifica um termo de valor substantivo ou pronominal.
Veja exemplo:
Oh, Senhor, escutai minhas súplicas! Cura Tereza, minha filha querida, dessa doença terrível!
Na frase acima o termo “Oh, Senhor” é o vocativo e “minha filha querida”, o aposto.
Vocativo e vírgula
Separar o vocativo dos demais termos da frase com vírgula é obrigatório, pois não seguir essa regra pode alterar completamente o sentido proposto.
Vejamos exemplos de aplicação de vírgula atrelada ao vocativo:
1) Fernanda me contou uma história pessoal.
2) Fernanda me contou uma história, pessoal.
Na frase 1, a ausência de vírgula indica que o sujeito (Fernanda) contou uma história íntima, quando, na verdade, “pessoal” se refere às pessoas a quem a palavra se dirige.
Confira mais exemplos de como a ausência da vírgula do vocativo interfere no sentido da frase:
3) Ouça Maria.
4) Ouça, Maria!
Aqui o objetivo é pedir que Maria ouça, porém, sem a vírgula, entende-se que é ela quem deve ser ouvida.
5) Você viu a boneca Luísa?
6) Você viu a boneca, Luísa?
Nesse caso, pretende-se perguntar à Luísa se ela viu a boneca, mas, sem a vírgula, infere-se que está sendo perguntado se o interlocutor viu a boneca chamada Luísa.
Vocativos informais e situações de uso:
Fulano, vamos estudar?
Usados para se dirigir a quem escuta.
Amigos, vamos ao cinema hoje?
Usados para se dirigir a quem escuta.
Mano, firmeza como você está?
Usados para se dirigir a quem escuta.
Brodi, que beca legal!
Que exprime admiração, alegria ou qualquer outra forte emoção.
Veio, tudo bem?
Saudação cortês
Ó Cristo, iluminai-me.
Indicam e nomeiam o interlocutor
Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Indicam e nomeiam o interlocutor
Eh! Gente, temos que estudar mais.
Indicam e nomeiam o interlocutor
Lindos, nada de bagunça no refeitório!
Usados para se dirigir a quem escuta
Oh, céus! Oh, dia! Oh, azar!
Que exprime admiração, alegria ou qualquer outra forte emoção
Referências Bibliográficas:
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013. 800 p.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Companhia Editora Nacional. 695 p.
Fonte: Infoescola; Recanto das letras.